quinta-feira, 25 de junho de 2009

Entrevista do Octavio Nassur no Portal ORM

Aqui está trexos de uma entrevista que o Octávio Nassur sedeu ao Portal www.orm.com.br/balaiovirtual do Belém do Pará.

Octávio Nassur: um dançarino no Guiness Book
O Hip Hop teve origem na Jamaica, nos anos 60, de onde partiram seus criadores, rumo aos subúrbios nova-iorquinos. Lá, o movimento tomou forma nos bailes e boates.
Africa Bambaataa, MC (Mestre de Cerimônia), deu origem a palavra em uma festa quando pegou o microfone e pronunciou a palavra “hip hop”, que significa sacudir o quadril. A intenção dele, era que todos dançassem mais. E com isso, vinculou-se a conotação alegre do Hip Hop com a dança.
Ninguém melhor do que Octávio Nassur, coreógrafo da Delegação Brasileira de Hip Hop, para falar sobre este movimento no Brasil.
Dançarino paranaense, Nassur, é considerado um dos quatro melhores do mundo nesta categoria. Já conquistou fama internacional e está no Guinnes Book.
Segundo ele, o Hip Hop é muito procurado pelos alunos. “Trabalhamos a cultura do movimento junto ao desenvolvimento corporal, por meio da linguagem musical”. O coreógrafo é responsável pela introdução da dança em colégios e escolas na capital paranaense.
Com agenda lotada até outubro, e de passagem por Belém, Nassur arrumou um tempinho e conversou com a equipe do Portal ORM.
Portal ORM – Como você se define?
Octávio Nassur
– Eu me defino uma pessoa altamente feliz, porque a gente conhece muitas pessoas que passam uma vida acumulando riquezas e acabam não tendo felicidade nas suas profissões. Eu consigo ter diariamente o prazer de me acordar, me vestir e fazer o que eu gosto. Posso dizer que sou uma pessoa bem feliz!

Portal ORM – Como surgiu o interesse pela dança?
Octávio Nassur
– Nossa, essa é uma história bem curiosa. Eu tinha 13 anos e fazia musculação numa academia quando eu vi uma menina, que devia ter uns 10 na época, entrando numa sala de ginástica aeróbica aí... foi aquela paixão arrebatadora na minha vida.

Eu ficava olhando a menina que malhava dentro de uma sala de aula. O pai dela a levava e a buscava na porta todos os dias. Então eu pensei: “Vou ter que fazer aula de aeróbica”.
Entrei para a turma, eu era o único homem, devia ter umas 30 mulheres. Só que eu tive a sorte do professor Rony Ferreira (técnico da seleção brasileira de ginástica olímpica), que é o meu professor até hoje, descobrir que eu tinha o lado rítmico bem desenvolvido. Por ser homem, ele me pegou para treinar muito cedo. Resultado: nunca fiquei sabendo o nome da menina e continuei na ginástica aeróbica.

Com 15 anos comecei a dar aulas, com 16 já competia e com 17 comecei a fazer arbitragem internacional. E foi num evento na Espanha que eu conheci o Hip Hop e me apaixonei, saí um pouco da área fitness da ginástica e mergulhei na dança.
Portal ORM – Me fale como foi a experiência de lecionar 27 aulas de Street Dance em 27 horas e entrar para o Guiness Book? Houve um preparo físico? Foi muito cansativo?
Octávio Nassur
– A idéia surgiu a partir de uma companhia de dança, formada por 30 mulheres, que já existe há 10 anos em Curitiba. Nesse grupo, estudamos em paralelo a dança, o funcionamento do sistema nervoso central. Trabalhamos o desenvolvimento de inteligência vinculado ao desenvolvimento motor.
Na verdade, eu sempre bati o pé dizendo que você não precisa de tanto tempo parado em repouso para o teu corpo se recuperar, desde que tua mente consiga fazer com que teu corpo acredite que você está descansado. E a idéia surgiu dessa brincadeira de instigá-las.
Eu falei “vou fazer 27 horas de aula e elas vão comigo”. As aulas duravam 55 minutos e trocava-se a turma. Isso aconteceu durante o Festival de Dança de Joinville. Eram mais ou menos 300 a 400 pessoas por turma. E nesse intervalo de 5 minutos os médicos monitoravam minha pressão arterial e organismo. Mas não tive preparação, justamente para que as pessoas pudessem entender que com concentração se consegue recuperação física mais rápida. Foi uma brincadeira que deu certo.
Portal ORM – Você se considera um cara muito exigente?
Octávio Nassur
– Sim. Eu parto do princípio que disciplina é tudo. Eu não sou um Hittler, eu não mato se a coisa não sai no horário, mas a pessoa quase morre de susto. Tem que pegar no pé, né?! E também eu gosto de ensinar além da dança, valores humanos. E como o tempo sempre é curto, pra isso acontecer, tem que haver uma disciplina rigorosíssima.
Portal ORM – Quais os movimentos que se destacam no Hip Hop brasileiro?
Octávio Nassur
– Eu penso que todos os movimentos andam muito em paralelo. No Brasil, o Hip Hop veio do Jazz. Porque no momento em que o estilo começou a participar de festivais, quem migrou para a modalidade foram os dançarinos de Jazz, que já tinham um pouco desse feeling Black. Tanto que dentro das várias técnicas do Hip Hop (o rock, o pop, o house e pop rock) existia o chamado Street Jazz, que no Brasil é o mais forte. Eu acredito que a dança é o elemento que mais destaca.
Portal ORM – Ainda existe um preconceito muito grande desse tipo de dança no Brasil?
Octávio Nassur
– O preconceito ainda é muito grande aqui no Brasil. A conotação é muito pejorativa. Quando você fala em Hip Hop as pessoas logo associam às favelas e marginais. Em outros lugares isso não acontece. O fato é que o Rap nacional tem uma conotação muito pesada, os compositores acabam escrevendo o que de repente é a situação deles naquele momento. Por exemplo, alguém da família morreu e eles colocam isso na música que acaba ficando muito pesada. Ou seja, a realidade que ele vive de repente não é a minha. Hoje, isso comercialmente não é interessante, principalmente para o Brasil, que é um país alegre. Então esse é um produto não consumido.
Para quem quiser conferir a entrevitsa completa deste exemplo na dança, acesse o link: http://www.orm.com.br/balaiovirtual/artigos/default.asp?modulo=73&codigo=240207

Nenhum comentário: